quinta-feira, 21 de julho de 2016

Tema: Como a diferente experiência, vivida por cada um, pode mudar a visão do mundo?

Filosofia

Tema: Como a diferente experiência, vivida por cada um, pode mudar a visão do mundo?


O mundo, em sua imensidão, apresenta uma forma de contemplação  diferente para cada membro da sociedade, ou seja, para cada um. Então, se cada um tem uma visão discrepante, como indagar a presença de todos nós em um mesmo mundo?  Existem pessoas que almejam a sua autoria de todo o pensamento verdadeiro, ou seja, têm a vontade de que os outros concordem de que ele, e somente ele, têm a verdade. Querem que, as demais pessoas, enxerguem o mundo da mesma maneira que foi-lhe apresentada outrora. Esses são denominados tiranos, e, de tirano em tirano, nascem as guerras. Guerras de perspectivas, guerras de percepção.
Ao observar, um fato hipotético, temos dois personagens: O Cristão e o Ateu. O Cristão, que foi submetido à crença desde que nasceu, vê, de forma dogmática, que Jesus é o único caminho para a salvação. Em meio a sua vida, houvera uma doença que se alastrou em seus pais. Eles não queriam procurar meios medicinais de se curar, e então, o que lhes era certo fazer era pedir a Deus que sua doença lhe fosse curada. E então, milagrosamente, a sua doença deixou de existir. Foi assim, que sua fé neste Deus, firmou-se, e hoje, sua vida é voltada a disseminar sua crença. Do outro lado da história, temos o ateu. No mesmo caso, foi submetido à crença Cristã desde que nasceu, porém uma experiência ocorrera e mudou a sua visão. Em meio sua infância, seus pais foram acometidos a uma doença e, do mesmo modo, não procuraram a medicina para que fossem curados e, sim, oravam ao seu Deus para que fossem curados. Porém, desta vez parece que o destino não era este, e seus pais acabam falecendo. Então, para aquele jovem menino, Deus não existia ou não podia fazer nada, se então existisse. A experiência, entristecedora, que houvera com sua família, trouxe uma visão totalmente diferente sobre a religião. Hoje então, depois do fato ocorrido, tornou-se físico, a modo de que, quer provar a inexistência de Deus para que, outras pessoas, não reproduzam o seu erro, se forem acometidas a mesma situação.
Quando observamos o mundo, muitas vezes, acabamos caindo na crença de o que vemos é o que é. O que vemos, na verdade, conta muito mais de nós do que do mundo. Basta utilizar o microscópio e uma mesa, e então, a mesa deixa de ser mesa. Afinal de contas, tudo o que eu percebo do mundo, no final, percebo em mim. A imagem, é luz. Luz que reflete um suposto mundo, que nunca teremos certeza se realmente existe, e assim, quando vemos, vamos descobrindo muito ao nosso respeito, por isso, o mundo, seja ele qual for, acaba sendo o nosso espelho. Se houvesse 50 sentidos ao invés de 5, o mundo seria completamente outro, e por isso, quando vemos o mundo, na verdade, vemos com o sentido que são os nossos, e por isso, acabamos aprendendo mais sobre a nossa capacidade de ver as coisas, do que sobre as coisas elas mesmas. O mundo é apenas um espelho, porque conta para nós coisas que, sem ele, jamais saberíamos. Quando olhamos o espelho, ele revela-nos a face. Sem ele não saberíamos as proporções de nós mesmos. Então, é importante entender que, a imagem percebida, age sobre nós e nos alegra e nos entristece e, da mesma maneira, a alegria e tristeza que sentimos, age sobre a imagem e a percepção e define o mundo que se apresenta diante de nós. A imagem faz oscilar experiência de vida e a experiência de vida faz oscilar a imagem. Os dois se interdependem, e assim, é claro, vamos vivendo alegrias e tristezas e fazendo correr imagens. Sempre pairará sobre nós a duvida: haverá algum mundo que percebemos ou toda percepção não passa de um delírio? Será mesmo que, o mundo, é um delírio só nosso e as outras pessoas meros personagens do nosso delírio? Ou será que as demais pessoas também deliram? E assim, continuamos vivendo a nossa singularidade, pois ninguém vê o que vemos, ninguém sente o que sentimos. E é assim, que a experiência de cada momento vivido por nós mesmos, afeta a constatação que é nossa, sobre o mundo. A dessemelhante forma de viver, observar e estar, mudará completamente o que pode ou não acontecer consigo mesmo e, acima de tudo, mudará sua visão de mundo.

Comentem, discutam e critiquem.

                                                                                                           Texto por: Nícolas Gütz Marques

Um comentário:

  1. É, de fato, um tema fascinante!

    De fato ninguém tem acesso ao mundo real justamente pelo fato de necessitarmos ter uma relação com o exterior estando inserido nele, ou seja; fazemos parte do Universo e não podemos observá-lo de fora, tal qual o fazemos com uma célula num microscópio. Este é um assunto que não tem como não fascinar: o que podemos saber?

    Nem Deus, nem a Natureza, nem a nós mesmos podemos compreender por completo, mas a pergunta não é esta, é "o que podemos saber?", e isso está longe de ser respondido com veemência.

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