Filosofia
Tema: Como a diferente experiência, vivida por cada um, pode mudar a visão do mundo?
O mundo, em sua imensidão, apresenta uma forma de
contemplação diferente para cada membro
da sociedade, ou seja, para cada um. Então, se cada um tem uma visão discrepante, como indagar a
presença de todos nós em um mesmo mundo?
Existem pessoas que almejam a sua autoria de todo o pensamento
verdadeiro, ou seja, têm a vontade de que os outros concordem de que ele, e
somente ele, têm a verdade. Querem que, as demais pessoas, enxerguem o mundo da
mesma maneira que foi-lhe apresentada outrora. Esses são denominados tiranos,
e, de tirano em tirano, nascem as guerras. Guerras de perspectivas, guerras de
percepção.
Ao observar, um fato hipotético, temos dois personagens: O
Cristão e o Ateu. O Cristão, que foi submetido à crença desde que nasceu, vê,
de forma dogmática, que Jesus é o único caminho para a salvação. Em meio a sua
vida, houvera uma doença que se alastrou em seus pais. Eles não queriam
procurar meios medicinais de se curar, e então, o que lhes era certo fazer era
pedir a Deus que sua doença lhe fosse curada. E então, milagrosamente, a sua
doença deixou de existir. Foi assim, que sua fé neste Deus, firmou-se, e hoje,
sua vida é voltada a disseminar sua crença. Do outro lado da história, temos o
ateu. No mesmo caso, foi submetido à crença Cristã desde que nasceu, porém uma
experiência ocorrera e mudou a sua visão. Em meio sua infância, seus pais foram
acometidos a uma doença e, do mesmo modo, não procuraram a medicina para que
fossem curados e, sim, oravam ao seu Deus para que fossem curados. Porém, desta
vez parece que o destino não era este, e seus pais acabam falecendo. Então,
para aquele jovem menino, Deus não existia ou não podia fazer nada, se então
existisse. A experiência, entristecedora, que houvera com sua família, trouxe
uma visão totalmente diferente sobre a religião. Hoje então, depois do fato
ocorrido, tornou-se físico, a modo de que, quer provar a inexistência de Deus
para que, outras pessoas, não reproduzam o seu erro, se forem acometidas a
mesma situação.
Quando observamos o mundo, muitas vezes, acabamos caindo na
crença de o que vemos é o que é. O que vemos, na verdade, conta muito mais de
nós do que do mundo. Basta utilizar o microscópio e uma mesa, e então, a mesa
deixa de ser mesa. Afinal de contas, tudo o que eu percebo do mundo, no final, percebo
em mim. A imagem, é luz. Luz que reflete um suposto mundo, que nunca teremos
certeza se realmente existe, e assim, quando vemos, vamos descobrindo muito ao
nosso respeito, por isso, o mundo, seja ele qual for, acaba sendo o nosso
espelho. Se houvesse 50 sentidos ao invés de 5, o mundo seria completamente
outro, e por isso, quando vemos o mundo, na verdade, vemos com o sentido que
são os nossos, e por isso, acabamos aprendendo mais sobre a nossa capacidade de
ver as coisas, do que sobre as coisas elas mesmas. O mundo é apenas um espelho,
porque conta para nós coisas que, sem ele, jamais saberíamos. Quando olhamos o
espelho, ele revela-nos a face. Sem ele não saberíamos as proporções de nós
mesmos. Então, é importante entender que, a imagem percebida, age sobre nós e
nos alegra e nos entristece e, da mesma maneira, a alegria e tristeza que
sentimos, age sobre a imagem e a percepção e define o mundo que se apresenta
diante de nós. A imagem faz oscilar experiência de vida e a experiência de vida
faz oscilar a imagem. Os dois se interdependem, e assim, é claro, vamos vivendo
alegrias e tristezas e fazendo correr imagens. Sempre pairará sobre nós a
duvida: haverá algum mundo que percebemos ou toda percepção não passa de um
delírio? Será mesmo que, o mundo, é um delírio só nosso e as outras pessoas
meros personagens do nosso delírio? Ou será que as demais pessoas também
deliram? E assim, continuamos vivendo a nossa singularidade, pois ninguém vê o
que vemos, ninguém sente o que sentimos. E é assim, que a experiência de cada
momento vivido por nós mesmos, afeta a constatação que é nossa, sobre o mundo.
A dessemelhante forma de viver, observar e estar, mudará completamente o que
pode ou não acontecer consigo mesmo e, acima de tudo, mudará sua visão de
mundo.
É, de fato, um tema fascinante!
ResponderExcluirDe fato ninguém tem acesso ao mundo real justamente pelo fato de necessitarmos ter uma relação com o exterior estando inserido nele, ou seja; fazemos parte do Universo e não podemos observá-lo de fora, tal qual o fazemos com uma célula num microscópio. Este é um assunto que não tem como não fascinar: o que podemos saber?
Nem Deus, nem a Natureza, nem a nós mesmos podemos compreender por completo, mas a pergunta não é esta, é "o que podemos saber?", e isso está longe de ser respondido com veemência.